Dois delatores relataram ao Ministério Público que o então prefeito de Aracaju, João Alves Filho, solicitou dinheiro para as campanhas de Maria do Carmo ao Senado e de Eduardo Amorim ao Governo de Sergipe.
De acordo com os delatores, o prefeito mandou uma pessoa para Salvador com o objetivo de pegar o dinheiro do Caixa 2, no valor de R$ 600 mil, na Gradual Turismo e Câmbio. A quantia foi lançada na planilha do setor de propinas em codinome “Branquinho” para João Alves e registrada no sistema Drousys. Segundo os delatores, os pagamentos foram motivados pela expectativa de favorecimento à Odebrecht em projetos de saneamento básico no Estado de Sergipe.
O senador Eduardo Amorim divulgou nota:
“O meu nome foi citado na “Lista de Fachin” junto ao da senadora Maria do Carmo (DEM/SE) e que o então prefeito João Alves (DEM/SE) teria solicitado R$ 600 mil para as duas campanhas em 2014. Gostaria de esclarecer que NÃO AUTORIZEI ninguém a pedir valores para a campanha em meu nome, NUNCA tive qualquer contato e NÃO CONHEÇO os empresários Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis e Alexandre José Lopes Barradas – delatores da Lava Jato. NUNCA e em tempo ALGUM pedi nada a Odebrecht e, repito, NÃO AUTORIZEI ninguém a solicitar dinheiro e muito menos tive conhecimento disso. A minha campanha NÃO UTILIZOU recursos de caixa dois. E isso fica comprovado, inclusive, na denúncia divulgada, onde meu nome NÃO aparece como requerente, NEM recebedor destes recursos. Quem solicitou valores aos empresários para uso em caixa dois, que explique e responda pelos seus atos. TODAS as doações da minha campanha foram oficiais, declaradas e encontram-se à disposição no site do TSE. No mais, estou à disposição da Justiça para possíveis esclarecimentos”.
A senadora Maria do Carmo divulgou nota:
Em nota, negou qualquer benefício ilícito para as suas campanhas eleitorais. “Tudo o que recebemos foi legal e devidamente declarado à Justiça Eleitoral”, disse, acrescentando que “como cidadã e pessoa pública, sempre estive e estarei à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessário”.
O Jornal de Sergipe tentou entrar em contato com o ex-prefeito João Alves Filho, mas não obteve êxito.