Por muito tempo tentei não escrever sobre o assunto, por ser pesado, ou até mesmo por receio de que o tema suicídio não chame tanta atenção como deveria chamar.
Mas diante de tantos casos no Estado de Sergipe, me vi na obrigação de abordar o tema, mesmo não sendo especialista no assunto.
Em julho de 2017 um homem conhecido como “pinga fogo” de 41 anos de idade, cometeu suicídio por enforcamento em sua residência no município de Graccho Cardoso.
Ainda no mesmo mês um jovem de 20 anos de idade, pulou da ponte que passa sobre o Rio Vaza Barris.
Em 06 de setembro, uma jovem de apenas 15 anos de idade, após chegar da escola onde estudava, colocou uma corda no pescoço e se enforcou.
Dois dias depois em Nossa Senhora da Glória, um jovem conhecido como Wilton, também usou de uma corda para comer o ato.
Em outubro do mesmo ano, José Marcos de Andrade, de 35 anos também pulou da ponte do Vaza Barris.
Amanda Vitória de 17 anos de idade, tinha todo um futuro pela frente, mas em 17 de outubro de 2017 ingeriu grande quantidade de veneno e acabou morrendo.
O relógio marcava 06h da manhã, quando o jovem Alan de 15 anos de idade tirou a própria vida com uma corda, em um povoado onde residia em Nossa Senhora das Dores.
Poço Redondo, 30 de dezembro de 2017, um jovem de 17 anos colocou uma corda amarrada sobre o telhado da sua residência, entrelaçou sobre o pescoço subiu em uma cadeira e se jogou.
Quatro dias depois um homem que sofria com depressão foi encontrado morto no município de Monte Alegre, após ter se suicidado.
Em janeiro daquele mesmo ano, “China” de aproximadamente 45 anos, usou suas próprias vestes para cometer o suicídio por enforcamento no município de Aquidabã.
Hélio de João de Rita, morador do povoado Baixa Verde em Monte Alegre, também cometeu suicídio por enforcamento.
E quem não se lembra da jovem Elizangela, que no auge dos seus 26 resolveu interromper a vida, por estar passando por um momento difícil.
Um dia antes do natal, Micael, filho de pastor, 15 anos de idade, sofria depressão, esperou o trem passar e se jogou, existem relatos que o corpo do jovem ficou irreconhecível. Se fosse relatar os casos de suicídios, talvez não daria para publicar em apenas um artigo.
Nos tempos atuais, não é difícil encontrar alguém desesperado, desiludido e desanimado: “Quanta luta! Para quê? Será que vale a pena tudo isso? Para que continuar, Porque? Porque? ”
São perguntas frequentes na vida do ser-humano e principalmente nas vidas de quem sofre depressão.
Uma pessoa deprimida que se sente incapaz de encontrar soluções para seus problemas e não consegue formar estratégias para lidar com estressores cotidianos está mais propenso a tentar tirar a própria vida. Portanto, entre os fatores de risco para o suicídio estão situações de discórdia familiar recorrente, histórico de violência física e psicológica, relações abusivas, rejeições, bullying e fracassos em partes de importância da vida.
Quantas vezes damos desculpas e inventamos historias para nós mesmos afim de esconder uma verdade que não queremos acreditar. É preciso aceitar as duras verdades da vida e saber que nem todas que queremos vai acontecer.
Saber esperar as respostas corretas, muitas vezes tem sido um empecilho para quem já pensou ou pensa em cometer suicídio. O suicida não quer se matar, isso parece redundante, né?
O suicida quer matar aquilo que está matando ele por dentro e é aí que a única forma que ele encontra de amenizar ou acabar com essa dor é tirando a própria vida. Mas você já parou para pensar quantas pessoas gritam e clamam por socorro e nós não ouvimos?
As histórias citadas acima poderiam ter um outro final, sim poderia. Já pensou que um eu te amo pode mudar o dia de alguém? E sobre o abraço, o que dizer? O abraço cura.
O tema precisa ser mais debatido seja, nas casas, nas escolas, nas rodas de conversas, não importa onde, depressão e suicídio precisa ser abordado, não podemos esperar o setembro amarelo, pois a depressão tem pressa, ela não espera.
O depressivo acumula um turbilhão de sentimentos ruins e isso faz como que ele morra aos poucos por dentro, sugando todas as suas energias, fazendo com que essa dor que ele sente, supere até mesmo o amor que familiares e amigos sentem por ele.
Depressão existe, não é frescura, não é charme, não é modinha.
A vida só é realmente plena e vívida quando plantamos e regamos sementes de amor. Amor de mais é amor, se sobra e é sempre bom ter mais amor.
Suicídio? Precisamos falar mais sobre
Maycon Fernandes/Soudesergipe