“Quem você está vestindo?” No Met Gala de 2016, a atriz Emma Watson fez bonito em um elegante vestido monocromático com tecido inteiramente a partir de fios feitos de garrafas de plástico recicladas. Desenhado por Calvin Klein em colaboração com o Green Carpet Challenge, uma plataforma que combina designers de alto nível com iniciativas de sustentabilidade, o vestido fez uma declaração de estilo e, mais importante ainda, de sustentabilidade.
A indústria da moda está no meio de um eco-renascimento. À medida que o impressionante impacto ambiental da moda como conhecemos se torna claro, os designers (e até as principais marcas) estão experimentando como criar designs elegantes a partir de uma variedade de materiais reciclados ou de fontes sustentáveis.
Na Austrália, a The Great Beyond usa bambu resistente e de rápido crescimento para criar itens básicos macios e duráveis com impressionantes benefícios ambientais, enquanto o designer canadense de bolsas Matt & Nat usa materiais renováveis como cortiça e borracha para seus produtos totalmente veganos.
Em 2016, a Adidas se uniu à Parley for the Oceans para criar sapatos feitos inteiramente de fios e filamentos recuperados e reciclados a partir de resíduos do oceano e redes de pesca do fundo do mar. No mesmo ano, a H&M deu ao mundo o primeiro olhar para sua coleção Conscious Exclusive, que incluía a primeira peça de roupa de noite feita com Bionic Yarn, um poliéster reciclado feito com resíduos plásticos da linha costeira.
A H&M – no centro da moda industrial – também tem como objetivo usar materiais mais sustentáveis, como algodão ou poliéster reciclado, borracha natural e fibras de madeira certificadas pelo FSC. Seu objetivo final é usar 100% de algodão orgânico em toda a linha até 2021.
Mas não são apenas materiais reciclados que chamam a atenção de designers ambientalmente conscientes. Nos últimos anos, uma nova forma de reciclagem vem estreando nas passarelas: o reprocessamento de alimentos descartados.
Na Itália, a premiada startup Orange Fiber está trabalhando duro para transformar as 700.000 toneladas de resíduos anuais criadas pela indústria de suco de laranja da Sicília em fios macios e sedosos. E no Reino Unido, a designer Rosalie McMillan está criando jóias sofisticadas com uma estética limpa de materiais derivados de borra de café coletados nos escritórios de Londres, que ela seca, comprime e contorce em formas geométricas ousadas.
Embora o algodão ainda domine como a fibra mais popular do mundo (e use mais de 2.000 litros de água para um único par de jeans), os consumidores estão mais conscientes do que nunca sobre os itens que complementam seus armários. Eles estão verificando etiquetas, comprando peças mais duráveis, de origem sustentável, mesmo pagando mais por isso.
De designers relativamente desconhecidos a grandes marcas de luxo e estrelas de Hollywood, o setor está fazendo grandes avanços na conscientização global. Embora a moda sustentável ainda continue sendo um nicho de mercado, uma coisa é certa: o futuro parece mais verde.