O tradicional desfile cívico de 07 de setembro em Gararu, uma das datas mais aguardadas pela comunidade escolar, foi marcado por críticas e insatisfação.
Mães e diretores das escolas locais expressaram profunda indignação com a falta de organização do evento, que este ano enfrentou problemas logísticos e falhas que comprometeram a apresentação dos alunos.
Em uma mudança sem precedentes, a data do desfile foi alterada para 08 de setembro, uma decisão tomada por razões políticas da atual gestão da prefeita Zete.
A alteração não só quebrou uma tradição histórica, mas também gerou confusão entre os participantes e o público, que já aguardava o evento no dia anterior.
No entanto, o ponto mais crítico foi a ausência da banda municipal em grande parte do desfile, um elemento central para as apresentações escolares.
A falha prejudicou diretamente o andamento das apresentações, frustrando alunos e familiares, e levantou questionamentos sobre a capacidade da prefeitura em organizar um evento de tal importância.
“Que desfile desastroso! Vergonha para o município de Gararu. Uma gestão sem profissionalismo e talento”, lamentou uma das mães presentes.
Ela, assim como outras, relatou ter tido que alugar trajes de última hora para os filhos desfilarem, com custos que ultrapassavam os R$200. “Aqui teve gente que gastou o que não tinha para seus filhos desfilarem, aí na hora acontece esse papelão sem banda”, desabafou outra moradora.
Além da desorganização, as críticas apontam para uma pressão sobre os alunos. Segundo relatos, alguns foram indiretamente ameaçados: participar do desfile seria determinante para suas notas escolares, o que deixou muitas famílias em uma situação delicada, tendo que se desdobrar financeiramente para garantir a presença dos filhos no evento.
O episódio ocorre em um contexto de fragilidade na educação de Gararu, que em 2023 já foi alvo de diversas críticas e denúncias.
O município registrou o pior índice de analfabetismo do estado, além de problemas estruturais nas escolas, que incluem o uso de garagens e salões de igrejas como salas de aula, e uma crise no transporte escolar. Mais uma vez, a gestão municipal se vê no centro de um cenário preocupante, com reflexos diretos na qualidade da educação e na vida dos moradores.
A insatisfação com o desfile cívico reflete o sentimento de abandono vivido pela população, que vê, a cada nova polêmica, a educação local se deteriorar ainda mais.