Movido pelo sentimento de solidariedade e pelo desejo de ajudar as pessoas tão afetadas pela catástrofe natural no Rio Grande do Sul, o policial civil de Sergipe Alberto Ludovice decidiu, por conta própria, embarcar rumo à missão humanitária de ajuda ao povo gaúcho. Ele está atuando junto à Defesa Civil do Rio Grande do Sul na limpeza para reconstrução da cidade de Cruzeiro do Sul (RS), que fica a 150km de Porto Alegre, capital do estado.
Alberto Luduvice é agente de polícia lotado na cidade sergipana de Aquidabã e, ao ver a tragédia vivenciada pelo povo gaúcho, decidiu embarcar rumo à missão humanitária no Rio Grande do Sul. “A ideia surgiu vendo reportagens na televisão. Vendo a situação pela qual estava passando o povo gaúcho. Então, resolvi tirar férias e vim ajudar a população gaúcha por conta própria”, explicou.
Em férias da Polícia Civil de Sergipe, Alberto Luduvice entrou em contato com a Defesa Civil da cidade de Cruzeiro do Sul (RS). “É uma das cidades mais atingidas no momento da enchente. Entrando em contato com a Defesa Civil, eles me deram alojamento e alimentação para que eu pudesse permanecer na cidade ajudando ao povo gaúcho de Cruzeiro do Sul”, relembrou.
Viagem ao Rio Grande do Sul
Para chegar ao Rio Grande do Sul, o agente de polícia sergipano enfrentou uma verdadeira missão por três regiões do país até chegar ao território gaúcho. “Eu fui de avião até Florianópolis, capital de Santa Catarina [estado que faz divisa com o Rio Grande do Sul] e, de lá, fui de ônibus até a cidade de Cruzeiro do Sul. Ao todo, foram 28 horas de viagem, entre avião e ônibus”, relatou Alberto Luduvice.
Cenário de destruição
Ao chegar ao Rio Grande do Sul, Alberto Luduvice se deparou com um cenário ainda mais drástico do que o visto pela televisão, conforme narrou o policial civil sergipano. “Aqui eu estou vendo coisas que eu nunca vi na minha vida. Está sendo uma mistura de satisfação, em poder estar ajudando, e dor, pois existem famílias que perderam absolutamente tudo. São pessoas que perderam familiares, além de suas casas”, descreveu.
Cruzeiro do Sul (RS) é inclusive uma das cidades que foi mais atingida pela catástrofe climática vivenciada pelo Rio Grande do Sul. “Para se ter uma ideia, há um bairro que tinha cerca de 650 casas e não sobrou nenhuma residência de pé. Eu passo o dia enchendo caminhões com bens que foram destruídos pelas enchentes [causadas pela catástrofe climática sofrida pelo estado gaúcho]”, narrou Alberto Luduvice.
Sentimento após a missão
Para a missão no Rio Grande do Sul, Alberto Luduvice reservou 15 dias das férias para ajudar com a reconstrução do estado gaúcho e ajuda humanitária à população de Cruzeiro do Sul. “Eu vou retornar a Sergipe com uma experiência espiritual incrível porque é algo que nunca pensei em ver em minha vida. Eu acredito que em breve o povo gaúcho vai dar a volta por cima, sim”, ressaltou o agente da Polícia Civil de Sergipe.
Para Alberto Luduvice, a soma de esforços de todo o povo brasileiro tem sido fundamental para a reconstrução do Rio Grande do Sul. “As pessoas estão assustadas. Dormem com medo e acordam com medo, mas eu espero em Deus que, em breve, nosso povo irmão do Rio Grande do Sul supere e ultrapasse esse momento difícil”, finalizou o agente de polícia sergipano, que escolheu ajudar pessoalmente o povo gaúcho.