Com o tema Turismo para Todos a OMT – Organização Mundial do Turismo, órgão da ONU especializado para o setor, está capitaneando as comemorações do Dia Internacional do Turismo que acontece neste 27 de setembro, mundo afora as pessoas são convidadas a refletir e agir sobre o tema proposto.
Este ano em Sergipe não há nenhuma lembrança da data, talvez refletindo a situação do setor turístico no estado que se encontra, no mínimo, esquecido.
Um retrato claro de como anda abandonado o nosso turismo está na maneira como o órgão oficial se promove através da internet. No site oficial turismosergipe.net a última atualização ocorreu no dia 15 de maio de 2015, já a conta do twitter @setesp, foi atualizada pela última vez no dia 18 de agosto deste ano, antes disto havia sido atualizada no dia 27 de julho.
O setor tem reclamado mais ações, e usualmente recebe a resposta padrão que a Secretaria tem feito promoção do estado através de feiras, famtur, fampress, etc. Mas então qual a razão dos resultados não aparecerem?
Para complicar não há como se verificar os dados pois há dois anos que não se faz pesquisa de demanda, nem ao menos os dados que são coletados junto ao setor hoteleiro são consolidados.
Um dado interessante é que apesar de o Governo do Estado ter extinto a Emsetur como medida de economia esta empresa subsiste e com alguns gastos sendo superiores ao período em que estava plenamente ativa. Um exemplo são as diárias Segundo dados coletados no Portal da Transparência do Governo de Sergipe e do Tribunal de Contas do Estado de Sergipe no primeiro semestre de 2015 a Emsetur pagou R$ 24.683,80 em diárias, enquanto a SETESP pagou R$ 62.147,00, já no primeiro semestre deste ano o gasto com diárias da Emsetur saltou para R$ 32.809,46, enquanto o da SETESP foi para R$ 76.425,00, na soma dos dois órgãos houve um incremento de 25.8% no pagamento de diárias.
É fato que com esta etapa do Prodetur Sergipe nunca teve tanto dinheiro disponível para gastar com turismo, são US$ 100 milhões, porém transparece uma lentidão na aprovação e execução dos projetos que usam estes recursos, aliados à pouca transparência na discussão destes projetos.
Um exemplo é a Orla de Canindé de São Francisco, entregue pelo Governo do Estado no dia 30 de julho deste ano, que ficou conhecida, e marcada, nacionalmente por uma tragédia. Nesta obra foram gastos R$ 6.633.884,61 e hoje, além da falta de placas de sinalização se discute, segundo alega o Ministério Público Federal, a falta da cessão de uso por parte do Serviço de Patrimônio da União.