Os avanços tecnológicos não param: hoje, é possível pagar contas por aplicativos de bancos – que, inclusive, podem ser inteiramente virtuais -, quitar e ver contas atrasadas de luz, consultar o seu CPF em sites especializados para saber se o seu nome está limpo, comprar de fornecedores na China, entre milhões de outras coisas.
Em períodos complicados, como o que estamos enfrentando, a internet tem sido de excelente ajuda: além de ajudar os que precisam e desejam estudar, ela oferece material de entretenimento de qualidade, possibilidade de comunicação com amigos e familiares e acesso à informação.
Por falar em informação: uma pergunta que tem sido feita com certa frequência é sobre a questão da inadimplência das contas de luz. Como muitos salários e jornadas de trabalho foram reduzidos e o número de desempregados aumentou, tem sido difícil, para muitos, fechar as contas do mês.
O aumento de tempo em casa não ajuda: mais tempo no computador, mais luzes acesas e mais banhos fazem com que as contas básicas fiquem mais caras. Mesmo com a adoção de estratégias de economia – que são necessárias em qualquer época, vale dizer -, o bolso pode sentir algum impacto.
Nesse ínterim, muitos têm se perguntado: a inadimplência das contas de luz, no momento da pandemia, pode fazer com que os serviços sejam interrompidos? É possível negociar os valores da conta de luz com a companhia provedora dos serviços? Saiba mais sobre isso abaixo.
Inadimplência na conta de luz: o fornecimento pode ser interrompido durante a quarentena?
De acordo com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a inadimplência, até o dia 5 de maio, havia alcançado 12%.
A taxa, para que tenhamos uma ideia, gira em torno dos 3% em circunstâncias normais. É uma perda de aproximadamente um bilhão e oito milhões de reais para as distribuidoras de energia elétrica, o que certamente causa impacto.
Apesar dos números, as empresas não podem, por determinação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), cortar o fornecimento de energia por falta de pagamento até o dia 24 de junho.
A medida, que vale para unidades residenciais urbanas e rurais, consumidores de baixa renda cadastrados em programas do governo federal e serviços e atividades essenciais, foi anunciada em março.
Há quem diga que ela pode ser renovada, uma vez que a quarentena pode se estender por mais algum tempo, mas ainda não há informações confiáveis sobre a questão.
Convém dizer que, apesar da medida, o ideal é que os consumidores continuem a fazer o pagamento de suas contas básicas.
A suspensão do corte no fornecimento não impede que as companhias responsáveis pela distribuição de energia elétrica façam o cadastro negativo do consumidor em órgãos pertinentes, tampouco exime o consumidor dos juros que incidem sobre as contas atrasadas.
É possível negociar as contas de luz?
Segundo artigo publicado na plataforma oficial do Serasa, o consumidor que foi negativado pode negociar o débito antes que seu serviço seja cortado (ou seja, após o dia 24 de junho, quando expira o prazo já comentado).
Companhias de grande porte, como a Energisa, a Enel e a Light, permitem ao usuário que façam a negociação de suas dívidas diretamente pelos sites oficiais, através de canais de atendimento ao consumidor.
Há algumas empresas que, além disso, têm permitido ao cliente que parcele uma ou mais contas vencidas, em um número específico de vezes, com juros variáveis.
Para saber se a sua distribuidora tem oferecido vantagens aos que têm tido dificuldade para fazer o pagamento integral das contas, entre em contato, por telefone ou e-mail, com a companhia do seu estado.
É sempre recomendado ao usuário que entre em contato, explique detalhadamente os motivos pelos quais não conseguiu fazer o pagamento de suas contas e guarde o número de protocolo.
Desta forma, ele poderá fazer a renegociação das dívidas com mais tranquilidade e a companhia não poderá alegar que não sabia sobre as dificuldades do consumidor.
Outras distribuidoras de serviços, como operadoras de internet e telefone, também têm enfrentado problemas com a inadimplência. Ainda não há, por parte da Anatel, nenhuma solução ou comunicado.
Sabemos, no entanto, que a companhia tem sido pressionada, uma vez que a internet tem sido fundamental para a manutenção do trabalho, dos estudos e do bem-estar de centenas de pessoas.