O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou investigação sobre os senadores Eduardo Amorim (PSDB-SE) e Maria do Carmo (DEM-SE). Os dois foram mencionados em depoimentos de delatores da Odebrecht.
Os delatores relataram pagamentos de caixa dois, no valor de R$ 600 mil, para as campanhas de Maria ao Senado e de Amorim ao governo de Sergipe. O pedido teria sido solicitado por João Alves, então prefeito de Aracaju e marido de Maria. A quantia foi lançada nas planilhas do setor de propinas em nome de “Branquinho”. Ainda segundo os delatores, os pagamentos teriam sido motivados pela expectativa de favorecimento à Odebrecht em projetos de saneamento básico. Para Janot, há indícios de falsidade ideológica eleitoral.
O ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que, considerando a pena máxima para o delito e a idade de Maria do Carmo, de 75 anos, o procurador se manifeste primeiro sobre a eventual extinção de punibilidade da senadora. Ele ordenou a remessa dos autos à PGR.
O senador Eduardo Amorim divulgou nota:
“O meu nome foi citado na “Lista de Fachin” junto ao da senadora Maria do Carmo (DEM/SE) e que o então prefeito João Alves (DEM/SE) teria solicitado R$ 600 mil para as duas campanhas em 2014. Gostaria de esclarecer que NÃO AUTORIZEI ninguém a pedir valores para a campanha em meu nome, NUNCA tive qualquer contato e NÃO CONHEÇO os empresários Fernando Luiz Ayres da Cunha Reis e Alexandre José Lopes Barradas – delatores da Lava Jato. NUNCA e em tempo ALGUM pedi nada a Odebrecht e, repito, NÃO AUTORIZEI ninguém a solicitar dinheiro e muito menos tive conhecimento disso. A minha campanha NÃO UTILIZOU recursos de caixa dois. E isso fica comprovado, inclusive, na denúncia divulgada, onde meu nome NÃO aparece como requerente, NEM recebedor destes recursos. Quem solicitou valores aos empresários para uso em caixa dois, que explique e responda pelos seus atos. TODAS as doações da minha campanha foram oficiais, declaradas e encontram-se à disposição no site do TSE. No mais, estou à disposição da Justiça para possíveis esclarecimentos”.
A senadora Maria do Carmo divulgou nota:
Em nota, negou qualquer benefício ilícito para as suas campanhas eleitorais. “Tudo o que recebemos foi legal e devidamente declarado à Justiça Eleitoral”, disse, acrescentando que “como cidadã e pessoa pública, sempre estive e estarei à disposição da Justiça para quaisquer esclarecimentos que se fizerem necessário”.