“Me senti num campo de refugiados”. Essa fala é da presidente do Conselho Regional de Enfermagem em Sergipe (COREN), Maria Claudia Tavares de Mattos, que esteve no último domingo (03/07), no Hospital Fernando Franco, localizado na Zona Sul de Aracaju. A unidade é de responsabilidade da Prefeitura de Aracaju.
“Estivemos lá através de uma denúncia. O que vimos, me senti num campo de refugiados, porque você tinha que escolher a quem atender. 50% do número de profissionais enfermeiros não tinha na unidade, um estava de férias e o outro de licença eleitoral. Faltas totalmente previsíveis e que uma gestão já deveria ter chamado um extra ou colocado uma outra pessoa no local. Depois que observamos a falta de segurança para o paciente e para o profissional, que não havia medicamentos que são importantíssimos, que não tinha um simples chuveiro para o paciente tomar banho e nem lençóis. Nesse momento vimos que a saúde não era mais uma questão de reuniões, era questão de polícia. Prestamos um Boletim de Ocorrência na Delegacia Plantonista”, disse Maria Claudia, presidente do COREN, em entrevista para a Infonet.
Durante a fiscalização foram encontradas várias irregularidades: os fiscais comprovaram que medicamentos como Clexane e Clopdrogrel estão em falta. O segundo é usado em atendimento de pacientes cardíacos. Além da falta de medicamentos, o monitor de parada cardíaca da emergência pediátrica está com defeito, a sala de isolamento em desacordo com a legislação, e na sala de curativos não tem pia e nem banheiro.
Outro problema estrutural encontrado foi na sala de estabilização que está funcionando como UTI, mas sem médico durante todo seu horário. Os berços estão enferrujados e os colchões em péssimo estado de conservação. Além disso, muitas vezes os pacientes precisam levar lençol de casa. A presidente do COREN, Maria Claudia Tavares de Mattos, foi até a Delegacia Plantonista onde prestou queixa diante da situação encontrada.